Vivo nas ruas da amargura
da ilusão perdida e esquecida
Todo o tempo perdura
numa vida enfraquecida.
Observo os outros à minha volta
Nem me vêem a olha-los fixamente
Sinto por dentro uma revolta
que me mata lentamente.
Quero sair dali a correr
Mas a pernas ficam imobilizadas
Não tenho força, sinto-me a desfalecer
Fecho os olhos e oiço apenas passadas.
Tudo passa na minha cabeça
Imagens de uma vida reconfortante
Juntam-se peça à peça
preciso de um momento importante.
Volto onde tudo começou
É o meu tiro de partida
Volto à escada onde tudo desabou
Construo o degrau da minha saída.